Paulo Guedes: déficit de 0,5% em 2022 e a solidão do poder

O Ministro da Economia Paulo Guedes foi o convidado do almoço oferecido nesta sexta (10) pela Esfera Brasil. O ministro teve uma conversa animada com os cerca de 20 empresários presentes no evento, entre eles Abilio Diniz (Península), André Esteves (BTG), Luiz Carlos Trabuco (Bradesco) e Rubens Menin (MRV). Guedes foi acompanhado por Daniella Marques, que cuidará da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, e do assessor especial do ministério, Jorge Lima.

O evento foi aberto por Christopher Garman, diretor da divisão Américas do Eurasia Group, que comentou uma pesquisa inédita destacando que o grande número de reformas feitas pelo ministério colocou o Brasil no topo dos países que mais aprovaram medidas durante a pandemia. O cenário político também foi tema da fala de Garman, ao apontar a dificuldade de uma terceira via ser viável e o alto índice de rejeição dos principais candidatos às eleições do ano que vem.

Depois, em tom de bate-papo, os convidados comentaram um a um a atuação de Guedes. O tom geral foi de elogios e de reconhecimento ao trabalho que tem sido feito, e o fato de ele ser a principal âncora do governo atual. Os presentes também cobraram a necessidade de realizar a reforma administrativa e reforçaram a importância do empresariado dialogar com o poder público. Todos foram unânimes ao apontar o emprego e a renda como os maiores desafios atuais, decisivos para as próximas eleições.

Guedes, por sua vez, disse que a reforma administrativa “está pronta”, defendeu o texto final da reforma tributária e contou detalhes de sua rotina em Brasília – segundo ele, de grande solidão. Contou que seu relacionamento com o presidente Jair Bolsonaro “é pautado pelo respeito” e elogiou o Congresso, de espírito reformista. Disse ainda que crises fiscais são resolvidas com três Ds: desindexar, desobrigar e desvincular, referindo-se ao plano apresentado por ele, ainda na campanha presidencial. “Quando chegamos ao Governo, o déficit era de 2% do PIB; nós puxamos para 1%; veio a Covid e o déficit subiu para 10,5%. Este ano ele será menor do que 1% e, em 2022, vamos ter 0,5%”, afirmou.

A necessidade de comunicar corretamente o trabalho que vem sendo feito pelo ministério foi citada por mais de um empresário como algo crítico. Guedes reconheceu que há muito trabalho a ser realizado nessa frente, e disse que esses tipos de encontros é o que o dão força para seguir em frente. 

 

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