“Inflação, juros elevados, desemprego e baixa renda barram o crescimento da economia”, afirma Salo Seibel, da Leo Madeiras

O empresário do setor da construção civil Salo Seibel, do grupo Leo Madeiras, conversou com a Esfera Brasil sobre a crise econômica atual e a retomada do varejo.

A crise econômica está atrapalhando a retomada do varejo?
As coisas estão muito heterogêneas. Conversando agora com o Flavio Rocha [da Riachuelo], ele está dizendo que no setor dele, de vestuário, tudo está tendo uma certa retomada. Em outros segmentos, principalmente como os meus, muito ligados à construção civil, tanto em obras quanto reformas, ao contrário, está tendo um arrefecimento em função de uma demanda muito forte que houve em 2021 e 2020. Nós agora estamos voltando a patamares anteriores.

A inflação atrapalha esse crescimento?
Sim, em termos macro, nós temos problemas importantíssimos que têm que ser equacionados antes das coisas voltarem a crescer. O principal deles, que é um fenômeno internacional, mas também com algumas características brasileiras, é esse, o da inflação. No Brasil, nós usamos para ela fortemente o remédio da taxa de juros. Então estamos com taxas de juros muito altas, tão altas quanto foram as mais elevadas do governo Dilma, com o agravante que subiram muito rápido em poucos meses.

E temos uma taxa de desemprego muito importante de 14%. Ou seja, inflação alta, juros elevados, desemprego alto e baixa renda não podem provocar um crescimento da economia.

Acredita que a crise econômica arrefecerá em 2023?
Vai depender do resultado das eleições, de quem vai assumir, de que forma vai haver ou não uma certa continuidade. E de como vai terminar, se terminar, o conflito russo-ucraniano. Acho muitíssimo difícil a gente prever 2023.