Fernando Haddad acredita que São Paulo precisa de um “choque de inovação” para liderar o desenvolvimento econômico brasileiro

O candidato do PT ao Governo do Estado de São Paulo, Fernando Haddad, foi o convidado da Esfera Brasil para o jantar de quinta-feira, 30/06. Ele apresentou um cenário crítico, analítico e amplo, especialmente no que diz respeito aos atuais desafios do Brasil na Educação, Inovação, Desenvolvimento Econômico, Saúde e Segurança Pública.

Na Educação, por exemplo, área que ele tem grande conhecimento devido à sua formação acadêmica e à sua experiência como ministro, sua análise é de que “a conta já chegou”: no cenário trágico pós-COVID que estamos vivendo, as crianças não estão conseguindo recuperar o tempo perdido. Além disso, de acordo com a sua análise, pouco foi feito pelo Governo Federal na área de conectividade e inclusão digital. Ele também ressaltou que a grande maioria das matrículas das crianças (88%) é na rede pública de ensino.

Na área da Saúde, ele disse que o SUS não se preparou de maneira adequada para os desafios pós-COVID. A questão das famílias em situação de rua também mereceu especial atenção: a Prefeitura de São Paulo possui R$ 31 bilhões em caixa, e mesmo assim 5000 famílias estão na dolorosa situação de rua.

A questão da desindustrialização é grave e merece maior reflexão, pois o Estado de São Paulo é responsável por 40% da produção científica nacional. Haddad foi muito enfático ao dizer que precisamos aproveitar as oportunidades na área da inovação que diariamente surgem no mundo, e o Brasil não está conseguindo acompanhar esse cenário dinâmico de constante transformação. Uma solução possível é dar mais atenção à produção científica nacional, somando esforços para internacionalizá-la da maneira mais eficiente: “precisamos ter a clareza de que temos 90 dias para pensar o Brasil de maneira decisiva”.

Haddad se define como um democrata de centro-esquerda. Ele acredita que o Brasil está diante de um momento histórico crítico, atípico, e que exige muita reflexão de todos os setores da sociedade: “eu vim aqui para falar quem eu sou”. Ele também afirmou que os vícios e o comodismo de muitos gestores públicos estão corroendo o Estado de São Paulo, que precisa voltar a ser dinâmico, inovador e totalmente focado no desenvolvimento econômico.

Para ele, é preciso trazer empresas tecnológicas para São Paulo, através de um grande choque de inovação, que permita imitar o sistema de gestão inovadora da Califórnia, por exemplo. São Paulo precisa liderar as iniciativas inovadoras no Brasil, para atrair investimentos internacionais e evitar que as empresas abandonem o Brasil.

O desenvolvimento econômico passa necessariamente pela cultura de inovação. Essa cultura de inovação precisa ser implementada com agilidade de maneira especial na Segurança Pública, pois, atualmente, a Polícia tem poucas condições tecnológicas para realizar investigações profundas e científicas. É preciso promover a capacitação tecnológica dos policiais para que as investigações sejam mais eficientes e ágeis.

A Saúde também precisa de mais inovação: muitos centros cirúrgicos não estão bem equipados, e essa realidade também exige investimentos sérios em inovação. Ele afirmou que São Paulo perdeu a capacidade de planejamento, mas mesmo assim é possível avançar rápido, se o próximo Governador focar na cultura de inovação e na reindustrialização do Estado.

Depois de sua fala, Haddad foi perguntado sobre temas diversos como: violação de condutas sexuais, diversidade, inclusão, produção industrial, desenvolvimento econômico, educação, campanha eleitoral, sistema penitenciário, possibilidade de reeleição do Presidente Bolsonaro e finalmente a questão habitacional. Para todas essas questões, Haddad apresentou uma racionalidade serena, como foco efetivo na solução de problemas, que é o que o Estado de São Paulo e todo o Brasil mais precisam. Tudo isso passa, necessariamente, pela robusta e continua formação de capital humano e por investimentos sérios e bem aplicados em Educação, Inovação e Internacionalização do Estado de São Paulo.

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