- Política
- 18.10.2022
- Redação
Em evento da Esfera, Ricardo Nunes contou como zerou dívida de 24 bi de SP com a União
Ricardo Nunes projeta uma cidade mais sustentável e com tecnologia para todos
A Esfera Brasil recebeu o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), nesta quinta-feira (6) para um jantar com empresários. Nunes contou como conseguiu zerar a dívida de R$ 23,9 bilhões da capital paulista com o governo federal por meio do acordo de transferência de titularidade do Campo de Marte. Desde a década de 1950 a gestão municipal cobrava indenização por 88 anos de uso indevido do local pela União, após a área ter sido ocupada pelo governo federal ao final da Revolução Constitucionalista de 1932.
No termo de conciliação, a União ficará com 1,8 milhão de metros quadrados do Campo de Marte e a Prefeitura de São Paulo, com 400 mil metros quadrados. “Quando eu assumi a prefeitura e fui convidado para conhecer o presidente Bolsonaro após a morte do Bruno [Covas], pensei em que pauta levar para a conversa. E falei pra ele que gostaria que a gente pudesse fazer um acordo de trocar a ação judicial do Campo de Marte pela dívida do município. E disse que ia ficar um marco para o governo federal e para a prefeitura”, lembrou Nunes.
Segundo ele, Bolsonaro disse que se fosse algo possível juridicamente, era para fazer. “Falamos com o ministro Paulo Guedes, com o Tarcísio [de Freitas, que era ministro da Infraestrutura], com a AGU [Advocacia-Geral da União] e a coisa fluiu”, contou. “Desde junho a gente não paga mais a dívida. Agora tenho dinheiro para poder cuidar da cidade.”
Nunes estava acompanhado dos secretários Fabrício Cobra e Marcos Gadelha e dos vereadores Sandra Tadeu (União Brasil) e Fábio Riva (PSDB). O ex-senador Aloysio Nunes (PSDB), diretor da São Paulo Negócios, também estava entre os convidados.
Ele foi acompanhado de Aloysio Nunes Ferreira, do vereador Fabio Riva (PSDB), da vereadora Sandra Tadeu (UB), do Secretário Marcos Gadelha e de outros membros da administração municipal.
Nunes deu início ao jantar lembrando dos tempos em que foi vereador, quando era reconhecido como especialista nas questões de finanças e disse que essa experiência tem possibilitado manter as contas da cidade em dia.
Mostrou-se extremamente preocupado com a burocracia e morosidade dos órgãos de regulamentação e reconheceu a fundamentalidade dos órgãos de controle, mas criticou a demora na conclusão de projetos da prefeitura. “Precisamos começar a discutir esse tema de forma democrática”, disse. Na sequência citou algumas medidas que tem tomado para ampliar a desburocratização.
O foco da noite, no entanto, foi a necessidade de transformar São Paulo em uma cidade mais sustentável. “Estou quase pagando pra você ter carro elétrico. Vamos devolver 3.400 reais de IPVA por 5 anos para quem tiver um”, disse. E lembrou que esses veículos também não participam do rodízio.
Nunes também disse que vai ampliar a frota de ônibus elétricos ainda neste ano, vão ser 300, e disse que os EUA tinham 500. Falou ainda que a cidade teria 20 mil pontos de wi-fi e citou o hub de startups: “estamos investindo muito em tecnologia”.
Sobre a relação com a iniciativa privada, ressaltou a redução no tempo do processo de abertura de empresas, o que impulsionou os investimentos e a criação de empregos na cidade.
Sobre habitação, Nunes ressaltou mudanças legislativas e projetos da prefeitura que alteram a lógica da questão urbanística em São Paulo. Dentre outros, citou o programa “Pode Entrar”, no qual o poder público compra diretamente do ente privado a unidade habitacional e, dessa forma, acelera o processo de distribuição de unidades habitacionais aos necessitados. “Entre 2017 e 2020, foram 17 mil unidades e, com esse novo Marco Legal, avançaremos ainda mais.”
Nunes também comemorou a ampliação do acesso à internet na cidade e a distribuição de tablets; e disse que a universalização do acesso às creches foi conquistada em sua gestão graças a uma aposta em convênios – em detrimento às redes diretas. “Essa conquista foi muito importante para as mães e para o desenvolvimento intelectual das crianças paulistanas.”
Quando questionado sobre os projetos para a Cracolândia, explicou a estratégia da prefeitura para lidar com a situação. O planejamento consiste em ações para recuperação dos dependentes químicos, com ampliação do SIAT (Serviço Integrado de Acolhida Terapêutica); em revitalização do centro e urbanização do espaço; e em combate ao traficante – com instalação de câmeras na cidade e preparação da Guarda Civil Municipal.
E sobre seu perfil discreto, reconheceu a pouca afeição por entrevistas, mas fez questão de lembrar o carinho que os paulistanos dedicam a ele.