Empresa de relacionamento e eventos faz encontros com autoridades; Camargo é CEO da CNN Brasil e diz que emissora está mais forte
O empresário João Camargo, fundador e presidente do conselho da Esfera Brasil e presidente executivo do conselho da CNN Brasil, disse em entrevista à revista The President que quer unir o público e o privado na empresa agora comandada por sua filha, Camila Camargo.
“Não tenho nenhuma aspiração a cargo público. Prefiro continuar unindo o privado e o público para melhorar o Brasil”, disse o empresário a revista. Camargo é filho de José Camargo, um deputado influente no século passado. Eis a íntegra da entrevista (PDF – 1 MB).
A Esfera Brasil foi fundada em 2021, e segundo o empresário, “ganhou o tamanho que merece ter”, mas em um intervalo de tempo que ele não imaginava.
“Trabalhei muito na construção da Esfera, que ganhou o tamanho que merece ter. Só não pensava que em menos de 3 anos tomaria essa proporção. Eu imaginava que isso demoraria uns 15 anos. Tudo aconteceu bem mais rápido. Já temos muito respeito entre as autoridades”, disse.
Dono de 30% da CNN Brasil, Camargo afirmou que agora “o negócio é saudável”. Em março, a empresa completou 3 anos no país.
“Quanto aos negócios, tenho que mostrar aos empresários como é relevante associar suas marcas à CNN. Temos alguns concorrentes de hard news que se posicionam bem mais à esquerda ou bem mais à direita, enquanto a CNN é imparcial e, portanto, a melhor opção para os anunciantes”, disse.
Perguntado sobre a imagem do Brasil, o empresário disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ajudou muito. “Voltei recentemente de Paris, onde fizemos o primeiro Fórum Esfera Internacional, e é impressionante como todo mundo voltou a falar bem do Brasil. O governo anterior não cuidava da nossa imagem. Cheguei a ter problemas para realizar o evento na França, porque o presidente Macron teve sua mulher ofendida pelo ex-presidente [Jair Bolsonaro]”.
Camargo disse que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, traz segurança para os empresários: “Ele [Haddad] tem sido muito técnico e construtivo. Sentimos confiança para continuar investindo”.
Para o empresário, as pautas prioritárias depois das leis complementares da reforma tributária em 2024 são a reforma administrativa e a reforma política. “Para mim, a ordem de importância é: reforma tributária do consumo, reforma administrativa, reforma política e, em quarto lugar, reforma tributária da renda”, disse.