• jul | 2025
  • Redação

Em Lisboa, a força do diálogo brasileiro

Camila Funaro Camargo Dantas

Disse José Saramago, no seu inesquecível Ensaio sobre a Cegueira, que “o caos é uma ordem por decifrar”. A frase resume, com precisão poética, o sentido da presença da Esfera em Lisboa: contribuir para organizar as ideias, iluminar caminhos e reforçar a vocação do diálogo qualificado em favor do desenvolvimento do Brasil.

Na véspera da abertura oficial do XIII Fórum de Lisboa, a Esfera promoveu um coquetel de boas-vindas para autoridades políticas, empresariais e acadêmicas, de Portugal e do Brasil. Mais do que um gesto de hospitalidade, o encontro simbolizou o compromisso da Esfera de estimular conversas construtivas, capazes de transformar intenções em soluções concretas.

O Fórum de Lisboa, idealizado e impulsionado pelo ministro Gilmar Mendes, tornou-se, ao longo de treze edições, um dos mais relevantes pontos de reflexão sobre democracia, direito e sustentabilidade na era digital. Sua liderança visionária, aliada à capacidade de reunir vozes plurais em torno de valores comuns, foi decisiva para consolidar o evento como referência internacional.

Sediado na histórica Universidade de Lisboa, o Fórum contou com presenças notáveis, como a do ministro Gonçalo Saraiva Matias e do professor Carlos Blanco de Morais, além de uma expressiva delegação brasileira, formada por ministros de cortes superiores, parlamentares, juristas e acadêmicos. Todos reunidos para pensar soluções diante de desafios globais cada vez mais complexos.

Os debates abordaram temas que dialogam diretamente com as urgências do Brasil: a reforma administrativa, a modernização do serviço público, a responsabilidade fiscal, a transição energética e os impactos da inteligência artificial no mundo do trabalho. Ao propor pautas convergentes com a agenda europeia, o Fórum revelou afinidades, mas também oportunidades para cooperação.

A Esfera acredita que nenhuma nação se reinventa sozinha. Por isso, atravessou o Atlântico para estreitar laços e fortalecer pontes entre o setor público, a iniciativa privada e a sociedade civil. O coquetel de recepção foi a tradução simbólica dessa vocação: criar um ambiente de respeito, capaz de acolher diferenças sem antagonismos e de aproximar consensos sem imposições.

Lisboa, cidade moldada historicamente pela convivência de culturas e ideias, serviu como palco inspirador para essa aproximação. A experiência demonstrou que pontes lançadas entre lideranças políticas, empresariais e acadêmicas podem servir de base para pactos consistentes, sempre necessários em tempos de transformações tão rápidas.

A certeza que fica, no limiar desses dias intensos, é a de que prosperidade e cidadania não se constroem sem debate qualificado. Para lembrar o pensamento de Eça de Queirós, “a civilização é obra de consenso”. O Fórum de Lisboa, sob a generosa condução de Gilmar Mendes, tem provado que esses consensos começam pela coragem de ouvir, aprender e convergir, mesmo diante de visões divergentes.

É neste espaço de convergência que a Esfera deseja permanecer. Aproximar quem pensa, quem decide e quem realiza, para pactuar avanços possíveis e duradouros, sempre com responsabilidade e visão de futuro. Lisboa nos recorda que, embora o caos exista, ele pode ser decifrado — e transformado — se houver diálogo. O Brasil precisa dessa coragem. E a Esfera seguirá empenhada em promovê-la.

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