Nos dias 15 e 16 de junho, promovemos o nosso primeiro evento no Rio de Janeiro. O Seminário Esfera RJ contou com mais de 300 participantes no total, entre autoridades e empresários, e foi dividido em duas etapas. No primeiro dia, houve um painel de abertura acompanhado de jantar no Palácio das Laranjeiras. Já no segundo, a parte da manhã foi repleta de painéis com diálogos que permearam assuntos de interesse estadual e federal.
Na noite da quinta-feira, 15, no palácio designado como a residência oficial do chefe do executivo do Rio de Janeiro, o governador Cláudio Castro e o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações (Apex), Jorge Viana, defenderam que o Rio é seguro para investimentos. “O Rio tem que voltar a ser o endereço dos principais eventos nacionais. O Rio é a melhor marca que o País tem”, afirmou Viana, que foi aplaudido.
O governador, por sua vez, ressaltou que sua grande missão, desde que, ainda vice, assumiu o cargo interinamente, foi recuperar a credibilidade do estado. “O povo estava magoado, desacreditado. Começamos a arrumar o Rio por dentro”, disse.
Tanto Viana quanto Castro destacaram que o Rio é a chave para que o Brasil avance na liderança em energia limpa.
Segunda etapa
Nesta sexta-feira, 16, os convidados prestigiaram quatro painéis: “Oportunidades de investimentos no Rio de Janeiro”, “Rio, nova fronteira energética”, “Investimentos em habitação e infraestrutura” e “Rio de braços abertos”.
O mais comentado foi o terceiro, que reuniu os ministros Jader Filho e Alexandre Silveira, das Cidades e de Minas e Energia, respectivamente, com o anfitrião do estado, governador Cláudio Castro.
Durante o painel, mediado pelo jornalista Daniel Rittner, Jader afirmou que assinou as primeiras portarias do programa Minha Casa, Minha Vida. “Agora, sim, o programa está de volta. A meta de 2023 é de 210 mil unidades habitacionais para atender 840 mil pessoas.” Ainda segundo o ministro, o investimento em estradas brasileiras este ano será maior do que todo o montante investido nos últimos quatro anos.
Ao comentar sobre a questão da energia, o ministro Silveira falou em uma política nacional de gás. “A política do gás é uma obsessão para nós, porque, com ela, podemos combater o desemprego”, defendeu.
Como o Rio de Janeiro é responsável por 85% da produção de petróleo do Brasil e por 73% da produção de gás, Castro fez uma reflexão a respeito do pacto federativo: “O que o Rio demanda, hoje, do governo federal é infraestrutura e um ajuste na nossa dívida, sobretudo nas nossas principais vocações, que são energia, óleo e gás e a questão portuária”.
No painel mediado pelo diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, um dos destaques foi a transição energética. De acordo com o presidente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Rodolfo Henrique de Saboia, um dos painelistas, “o gás não é exclusivamente o combustível da transição, mas tem um papel importante”.
Ainda na pauta energética, o secretário de Energia e Economia do Mar do Rio de Janeiro, Hugo Leal, lembrou que a grande oportunidade para o Rio é o hidrogênio azul, que vem com o gás natural, uma matriz que o estado já tem.
O vice-presidente executivo de Assuntos Corporativos e Institucionais da Vale, Alexandre D’Ambrosio, comentou que a transição passa também pela mineração. “Sem minério, é impossível, por exemplo, a construção de baterias”, explicou.
Num painel mediado pela jornalista Leila Sterenberg, que tratou do saneamento no estado fluminense, o diretor-presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio (Cedae), Aguinaldo Ballon, destacou que a empresa tem o desafio de universalizar a água e o esgoto tratados até 2033.
O secretário da Casa Civil do Rio de Janeiro, Nicola Miccione, pontuou que a concessão da Cedae já expressa bons resultados. “Destravamos o Rio e esse mercado. Outras concessões ocorreram depois no País, algumas seguindo o modelo do Rio”, lembrou. No mesmo painel, Alexandre Bianchini, presidente da Águas do Rio, uma das concessionárias da Cedae, falou que a poluição da Baía de Guanabara e das lagoas da região está ficando para trás.
No último – mas não menos importante – painel, a harmonia entre os Poderes fluminenses foi pautada. Para o presidente do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), desembargador Ricardo Cardozo, “a relação entre os chefes dos Poderes é republicana e respeitosa”. O presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputado Rodrigo Bacellar, disse ser preciso aproveitar melhor o potencial do estado. “Às vezes, fazendo o feijão com arroz, a gente chega num resultado muito mais prático e efetivo”, avaliou.
Para contribuir com o bate-papo, o governador do Rio ressaltou que um dos diferenciais do estado é, justamente, a boa relação entre os Poderes.
O evento foi uma realização da Esfera Brasil com o apoio e patrocínio de Cedae, Naturgy, Águas do Rio, BTG Pactual, J&F Investimentos, Multiplan e Vale.