• 16.05.2023
  • Redação

Seminário Brasil Hoje

Nesta segunda-feira, 15, nós realizamos mais um de nossos grandes eventos, o Seminário Brasil Hoje. Na presença de importantes representantes do poder público e de empresários interessados em dialogar sobre o futuro do País, promovemos quatro painéis e uma palestra sobre temas prioritários na agenda brasileira.

Além de atingir sua capacidade máxima de lotação, o evento contou com a participação dos governadores Helder Barbalho e Tarcísio de Freitas, do Pará e de São Paulo, respectivamente, bem como com a dos ministros Alexandre Silveira e Bruno Dantas, que também é presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), e do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta. Parlamentares e outros representantes também contribuíram para a troca de ideias.

Segundo a CEO da Esfera Brasil, Camila Camargo, foi o primeiro grande encontro do ano. “O Seminário superou as expectativas. Os empresários saíram animados, com mais segurança e ideias das autoridades. Foram painéis ricos no encontro. Falamos de temas importantes no momento certo”, relatou.

Painel 1 – Sustentabilidade Amazônica

Com mediação do jornalista William Waack, a primeira mesa do dia foi composta pelo vice-presidente Executivo de Assuntos Corporativos e Institucionais da Vale, Alexandre D’Ambrosio, e pelo governador Helder Barbalho, que disse que a possibilidade de exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas, entre o Amapá e o Pará, deve ser considerada, desde que se faça pesquisas para que sejam estabelecidos critérios ambientalmente corretos.

“Dizer que o Brasil tem condição de abrir mão de uma oportunidade de exploração sustentável de combustível fóssil, baseada na pesquisa, não é razoável. Entre a pesquisa e a ideologia, eu fico com a pesquisa”, afirmou sobre a exploração do petróleo na região.

Segundo Barbalho, o tópico tem sido discutido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deverá fazer uma mediação sobre o tema com os ministérios responsáveis. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, já se manifestou contrária à ideia.

Entre outros assuntos, o governador falou sobre a preservação das florestas e defendeu o modelo não excludente. “O nosso grande desafio, neste momento, é conciliar o seu principal ativo, as pessoas, com a floresta e suas vocações econômicas. Não necessitamos avançar em floresta para sermos considerados produtivos. O que está em pauta é o que podemos fazer para que a floresta em pé seja um ativo ambiental e econômico”, ressaltou.

Já D’Ambrosio comentou que a empresa opera em Carajás, no Pará, com um modelo de desenvolvimento sustentável. “Protegemos 800 mil hectares de floresta e exploramos apenas 2% desse total”, contou. “A mineração sustentável é possível e já existe.”

Painel 2 – Mídias Digitais

Uma das mesas mais aguardadas, o segundo painel foi o diálogo entre Pimenta, da Secom, o deputado federal Orlando Silva, relator do PL 2.630/20 na Câmara, Angelo Coronel, também relator do PL, mas no Senado, e Miriam Wimmer, diretora da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD). A mediação foi do advogado Pierpaolo Bottini.

Para Pimenta, o primeiro a falar, aprovar uma legislação que estabeleça algum nível de regulação para as plataformas das mídias digitais no Brasil é fundamental, porque “não é possível aceitar que a soberania e a independência do País tenham que estar subordinada àquilo que alguns chamam de ‘modelo de negócios’”. De acordo com o ministro, a liberdade de expressão tem de ser pensada em equilíbrio com os demais direitos, individuais e coletivos, já que, a ideia de que essa liberdade não tem limites, “além de errada, acaba fazendo apologia” a crimes e violência contra crianças.

Em sua fala no Seminário, o senador Coronel fez críticas ao projeto entregue na Câmara pelo relator da matéria na Casa, Orlando Silva, diante da abrangência da legislação, que a enfraqueceria. “Como se combate fake news? Identificando o autor do crime digital. E como se faz isso, se as redes permitem que se crie um perfil sem CPF, simplesmente anônimo?”, indagou o senador.

Já o deputado Orlando relatou que temia que o nome popular dado ao PL 2.630/20 – mais conhecido como “PL das Fake News” – criasse uma distorção de expectativas. “Em nenhuma hipótese é admissível que o Estado regule conteúdo. Não há Ministério da Verdade na mesa”, afirmou.

Miriam Wimmer, por sua vez, disse que o desafio hoje, materializado no PL, é a atualização do arcabouço jurídico à luz de novos fenômenos. “Temos uma série de leis que tratam de partes do problema, mas que não foram concebidas para isso”, acrescentou ao diálogo.

Seminário Brasil de Hoje. Local: São Paulo/SP. Dat:15/5/2023. Foto: Ciete Silvério

Palestra com Gilberto Kassab

Em apresentação solo durante o almoço, o agora secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo, Gilberto Kassab, defendeu que o governador Tarcísio de Freitas permaneça no governo paulista e não dispute a Presidência em 2026. “Tarcísio é jovem. Se puder ficar oito anos, vai ser melhor para São Paulo, para o Brasil e para ele”, opinou Kassab, que também é presidente do PSD.

Entre outros comentários, o secretário falou sobre a polarização no Brasil e como o cenário pode influenciar as próximas eleições municipais. “Será assim em todo o País: duas candidaturas fortalecidas, e o resto é o resto.”

Painel 3 – Infraestrutura e Energia

Também rodeado de expectativas, o terceiro painel tratou, em grande parte, do imbróglio atual em torno da Eletrobras. Uma das figuras centrais, ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, dividiu a mesa com o procurador-geral da República, Augusto Aras, com o presidente do TCU, Bruno Dantas, e com o sócio-fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires – a mediação ficou por conta da jornalista Raquel Landim.

“O questionamento feito no STF [Supremo Tribunal Federal] pelo governo federal na questão da participação da União no Conselho da Eletrobras não significa uma reestatização”, afirmou Silveira. Conforme disse o ministro, tudo o que se busca é uma mudança de cláusula para que o governo tenha um poder de voto que seja equivalente aos cerca de 43% de ações que detém da empresa.

Para Pires, no entanto, o mercado enxerga essa movimentação como “uma situação muito ruim, com o governo assustando o investidor”. “Lula tem todo o direito de colocar ideias em prática. Mas o problema é o olhar para trás, contestar o que foi feito no Congresso Nacional”, complementou

O ministro Bruno Dantas apontou que a percepção dos agentes de mercado é de que esse questionamento do governo representaria uma interferência. Já Aras ressaltou que segurança jurídica e estado de direito “se confundem”: “O estado de direito é o contrário do estado do arbítrio e da exceção. Numa democracia, cabe ao Ministério Público estar atento para a defesa do regime democrático e velar pelo sistema de economia aberta”.

Painel 4 – São Paulo: Segurança e Harmonia

Em mais um painel mediado por William Waack, que dessa vez reuniu os três poderes do estado de São Paulo, o representante do executivo, governador Tarcísio de Freitas, o representante do legislativo, deputado André do Prado – e presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) –, e o representante do judiciário, desembargador Ricardo Anafe – e presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) – falaram sobre como há harmonia entre eles neste momento.

“A harmonia conquistada com a assembleia aqui citada foi construída. Isso não nasce do braço cruzado, nasce do diálogo”, disse Tarcísio, que também defendeu privatizações, entre elas a da Sabesp. “Buscamos a universalização do serviço e a cobertura de esgoto é de 68% da população. Será uma mobilização de capital sem precedentes. Vamos mostrar no modelo que a tarifa vai cair”, enfatizou.

Na plateia, estavam empresários preocupados com a segurança na capital que cobraram ações de enfrentamento à criminalidade. Para o governador, uma das soluções para a região da Cracolândia é a revitalização do centro. “Por isso queremos levar a sede do governo para a região”, explicou.

Seminário Brasil de Hoje. Local: São Paulo/SP. Dat:15/5/2023. Foto: Ciete Silvério

O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Igor Calvet, também esteve presente no evento. “A competitividade da indústria brasileira depende demais da infraestrutura, de como pretendemos encarar a transformação digital e a sustentabilidade, tanto por parte do governo federal quanto pelo setor privado”, disse. “Para nós da ABDI, que lidamos com a difusão da tecnologia e da competitividade da indústria do Brasil, quanto mais estivermos ligados a esses temas transversais da regulação e próximos a atores importantes, mais poderemos beneficiar o futuro da nossa indústria.” A ABDI foi uma das patrocinadoras do evento.

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