- Política
- 22.03.2023
- Redação
Prêmio Mulheres Exponenciais 2023
Nesta segunda-feira, 20, a Esfera Brasil, em parceria com a Conecta, teve o prazer de realizar a segunda edição do Prêmio Mulheres Exponenciais, uma homenagem a mulheres que contribuem para o avanço do Brasil nas mais diversas áreas de atuação. Entre as premiadas, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, recebeu o troféu na categoria Política e aproveitou o evento para ceder uma entrevista para a Esfera.
“Eu sou de uma geração que teve que, não só, bater na porta, mas empurrar portas e superar obstáculos. Então, hoje, estar aqui, na Esfera, que é uma instituição que, através do diálogo, conecta a sociedade civil com o poder público e une os diferentes para que nós possamos a avançar, é uma grande alegria e mais um passo na luta que nós temos por igualdade de direitos”, declarou a ministra.
Em coletiva de imprensa, antes de subir ao palco para um bate-papo com Laiz Soares, cofundadora da Conecta, Tebet, recém-chegada de sua primeira participação na assembleia anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), afirmou que “o mundo estava com saudade do Brasil”. “A cadeira do Brasil estava vazia. Agora, os olhos da América Latina estavam para o Brasil, e nós passamos um recado muito claro: o nosso governo é o governo da inclusão social, da sustentabilidade e da igualdade de gênero e diversidade”, disse a ministra.
Um dos assuntos mais aguardados da noite, o arcabouço fiscal foi mencionado por Tebet. Apesar de deixar para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as respostas acerca da rigidez do arcabouço, a ministra do Planejamento pontuou que o arcabouço desenhado tende a ser aceito no Congresso. “Sem dúvidas. Da forma como a equipe econômica moldou o novo arcabouço fiscal, eu tenho certeza, conhecendo o Congresso Nacional, que vai agradar muito e que vai ao encontro do que o Senado quer para o Brasil.”
Depois que Tebet recebeu o prêmio das mãos do CEO da Natura &Co, Fábio Barbosa, foi a vez de Geyze Diniz, empresária e referência em filantropia no País, ganhar o troféu entregue pelo embaixador da Boa Vontade da UNESCO e publicitário, Nizan Guanaes. Acompanhada por Abilio Diniz, seu marido, que a prestigiou durante todo o evento, Geyze foi a homenageada na categoria Impacto Social.
Por sua atuação, inclusive durante a pandemia de Covid-19 e nas tragédias que deixaram em situação de vulnerabilidade o Litoral Norte de São Paulo, a empresária foi surpreendida com o reconhecimento. “Isso é uma coisa muito importante e que, no dia a dia, a gente nem se dá conta. Não é o que eu almejo, eu não trabalho pensando no reconhecimento. Mas quando a Esfera me ligou, eu estava na sede do Verdescola, uma semana após a tragédia no Litoral Norte, e fiquei agradecida”, contou Geyze, que é conselheira do Instituto Verdescola, focado em educação complementar e reforço escolar para crianças e adolescentes na Praia da Barra do Sahy, e tem entre seus planos o Pacto Contra a Fome, a ser lançado em maio.
Em seguida, Jéssica Pereira, sócia-proprietária do Bellatucci Café e primeira pessoa com Síndrome de Down a formalizar seu negócio no País, foi agraciada com o prêmio na categoria Empreendedorismo Social por Tizi Foz, dona do Atelier Tarte Maison. A paixão pela gastronomia é comum a ambas e foi a ponte que as conectou.
Em um dos momentos mais emocionantes da noite, Jéssica agradeceu a homenagem e inspirou a todos com sua história. Ela já conquistou premiações antes e se tornou referência em empreendedorismo, em especial para quem tem Down, visto que pretende empregar apenas pessoas com deficiência em seu negócio.
Bia Santos, de apenas 26 anos, também inspirou os presentes no evento. Fundadora e CEO da Barkus, edtech de inclusão e educação financeira, ela deu seu depoimento em defesa da valorização das minorias. Atuante em um setor ainda muito machista e elitizado como a tecnologia, Bia venceu barreiras e fez seu negócio ser bem-sucedido. “A gente sabe que, nessa área, assim como no mercado financeiro, encontramos pouquíssimas mulheres, pouquíssimas pessoas negras e pouquíssimas pessoas que vieram de onde eu vim, do subúrbio do Rio de Janeiro”, disse.
Bia, que recebeu o troféu na categoria Tecnologia por meio de Ailton Santos, CEO da Nokia Brasil, uma gigante da área, ainda exaltou a importância da diversidade. “Para além de justifica social, a diversidade é inovação, e eu acho que o Brasil precisa de inovação. Inovação vem do diferente: diferentes trajetórias, diferentes pontos de vista”, acrescentou.
Já Marcela Rocha, diretora-executiva de Assuntos Corporativos da JBS e penúltima homenageada da noite, recebeu de Beatriz Vergueiro, a responsável por estruturar a área de ESG da XP Investimentos, o prêmio na categoria Sustentabilidade. Na liderança da maior empresa de alimentos do mundo, Marcela entende que a sustentabilidade é intrínseca aos negócios. “Eu preciso da natureza para produzir, assim como preciso da natureza para ter mercado consumidor. É uma equação que ou a gente resolve, ou a gente resolve como humanidade, não é só uma questão de sobrevivência da própria empresa”, destacou a executiva. Para ela, o reconhecimento da homenagem demonstra que ela e os mais de 250 mil funcionários da JBS estão no caminho certo.
Por último, mas não menos importante, Lygia da Veiga Pereira, uma das mais renomadas geneticistas do mundo, foi a premiada na categoria Ciência, troféu que recebeu das mãos da deputada federal Adriana Ventura. A doutora é pioneira em modelos de estudos de doença genéticas no Brasil e dedicou a maior parte de sua vida à ciência, se tornando uma grande referência para meninas, jovens e mulheres que sonham trilhar o mesmo caminho.
Recentemente, Lygia também se tornou empreendedora ao unir a genômica e a tecnologia e criar a gen-t, startup que está construindo o maior e mais diverso banco genético da América Latina, para acelerar a medicina de precisão e o desenvolvimento de novos medicamentos. “A nossa diversidade é a nossa beleza, nossa maior força, e também pode ser o nosso maior valor.” A cientista agradeceu aos colegas acadêmicos e aos investidores que acreditaram em seu projeto. “Ciência não é gasto, ciência é investimento”, ressaltou.
Na reta final do evento, Analine Castro, primeira-dama do Rio de Janeiro, marcou presença no palco e contou aos convidados um pouco de sua atuação à frente do Empreenda+Mulher, programa lançado por ela neste mês, e do RioSolidário, organização sem fins lucrativos que há mais de 20 anos desenvolve projetos voltados para pessoas que se encontram em situação de risco ou vulnerabilidade social.
A importância da relação entre o poder público e a iniciativa privada permeou todas as categorias da premiação. Ficou clara a importância da Esfera em fazer a ponte entre os dois lados e possibilitar que sejam feitos investimentos – por meio da iniciativa privada – e que se dê visibilidade a projetos de vida edificantes – por meio do poder público.