• 16.12.2021
  • Redação

O que Patricia Vanzolini pretende fazer à frente da OAB SP

Mês que vem, Maria Patricia Vanzolini Figueiredo assume a presidência da maior seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, a OAB SP. Primeira mulher a ocupar o cargo na entidade fundada há 89 anos, Patricia não tem medo do que vai encontrar pela frente – ao contrário.

A um mês de assumir, ele se divide entre a família, seu escritório de advocacia, atividades acadêmicas e reuniões com empresários e políticos. Um dos encontros mais recentes foi com Patricia Ellen, Secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo. Na ocasião, segundo o que a presidente eleita da OAB SP publicou em seu Instagram, a conversa foi sobre empreendedorismo, geração de emprego e renda.

Durante a entrevista que concedeu com exclusividade para a Esfera Brasil, Patricia falou sobre sua eleição e de seus planos para a entidade, que tem orçamento de R$ 350 milhões e conta com cerca de dois mil funcionários e mais de 900 postos de atendimento.

Inclusão de minorias, proximidade e apartidarismo

Hoje, quando olhamos para a OAB, vemos homens, heterossexuais e pessoas brancas. Quer dizer: é uma instituição que não representa seus filiados, o que causando desconexão com a Ordem, porque os advogados não se veem representados.  

Nossa chapa defende que a OAB seja um retrato da advocacia da vida real, uma advocacia múltipla, diversa, de muitas cores, de muitos gêneros, de muitas orientações e de muitos espectros políticos. A ideia é uma OAB que seja apartidária, suprapartidária, sem nenhum tipo de vinculação política.

O propósito de aproximar a Ordem de seus associados, vai além da representatividade e inclui, entre outras coisas, apoio assistencial, que pode ser financeiro ou, por exemplo, subsídios para cursos, para a contratação de um bom plano de saúde ou para a compra de equipamentos eletrônicos.

Respeito pela juventude

Outra de nossas pautas é a inclusão da jovem advocacia na Ordem, a derrubada da chamada cláusula de barreira, uma regra eleitoral que impede que pessoas com menos de três anos de inscrição na OAB façam parte do Conselho. Acho isso uma bobagem, um desperdício. Devemos aproveitar, no bom sentido, da energia dos jovens, que são idealistas, cheios de sonhos e com grande potencial para trabalhar. 

Em prol do Direto e da sociedade

A OAB deve estar atenta ao que está acontecendo, precisa fomentar boas práticas e pensar em cidadania. Um de nossos planos é criar a Frente Parlamentar de Democracia para atuar junto aos órgãos públicos e prestar consultoria em Projetos de Lei, por exemplo.  Também estamos judicializando algumas questões como o aumento significativo de ISS para as sociedades de advogados de São Paulo e estudando medidas judiciais para o caso.

A OAB SP pode trabalhar não só em prol dos advogados, mas também da sociedade como um todo, atuando no âmbito do Legislativo e do Judiciário, esclarecendo a sociedade. Mas, para fazer isso da melhor maneira possível, precisamos ser apartidários. Não pode haver conflito de interesses nem confusão de vozes, é preciso deixar claro que se trata do posicionamento da OAB.

Presença nas redes sociais

Eu leciono há vinte anos. O contato com os jovens é maravilhoso e acho que a docência não deixa a gente envelhecer. Antes de ter uma conta no Instagram [atualmente, o perfil @patvanzolini conta com 154 mil seguidores], comecei no Twitter para me comunicar com meus alunos. No início dos anos 2000, dava aulas virtuais e eles enviavam suas dúvidas por email. Eu imprimia tudo para responder durante a aula. Aí, começamos a usar o Twitter para fazer isso, o que deixou o processo muito mais dinâmico. As aulas eram síncronas – então, eu lia e respondia na hora.

Atualmente, dou aulas na graduação e na pós-graduação do Mackenzie – faço isso desde 2012 – e na Rede Damásio Educacional [graduação, pós-graduação, cursos preparatórios para a OAB e concursos públicos].

Boas influências

Meu avô, Paulo Vanzolini [Paulo Emílio Vanzolini, zoólogo e compositor paulistano] é um ícone para a toda a nossa família. Ele era um avô muito próximo, mas também muito exigente e impunha o que chamamos de “padrão Vanzolini de qualidade”: ele era intransigente com princípios e valores e não dava para ser meio inteligente.  Foi um homem de grande qualidade moral e intelectual.

No Direito, tenho muito respeito por vários colegas, temos advogados excepcionais. Vou citar três: Carlos Alberto Zacharias Toron, que é o titular do Conselho Federal da OAB, e Antônio Claudio Mariz de Oliveira, dois grandes criminalistas, e meu grande amigo Gustavo Junqueira [Gustavo Octaviano Dias Junqueira, professor da PUC-SP, da Escola Superior do Ministério Público, da Academia de Polícia e da Rede Damásio Educacional].  

Direcionei minha carreira de um jeito não tradicional, ou seja, não fiz estágio em grandes escritórios, não tive um padrinho, digamos assim. Abri meu próprio escritório [Brito & Vanzolini Advogados Associados]. Sou uma self made woman.

 

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