O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Edinho Silva, afirmou, nesta segunda-feira (13), que as circunstâncias que levaram à derrota sofrida pelo Planalto em decorrência da retirada de pauta da Medida Provisória alternativa ao IOF, na semana passada, representam início do processo eleitoral previsto para outubro do ano que vem.
“O processo eleitoral foi deflagrado. Se eu gosto, se eu não gosto, se isso é bom ou não é bom, isso é juízo de valor. O fato é que o processo eleitoral foi deflagrado e ele não volta mais. Eu acho que daqui para frente nós vamos no ritmo da disputa eleitoral. Até o fim. Não tem como mais voltar”, apontou Edinho Silva durante almoço com nossos associados em São Paulo.
Aos presentes, o presidente do PT defendeu a atuação do Conselhão, recriado por Lula no primeiro ano deste terceiro mandato, e citou que o colegiado, formado por representantes de diversos setores da sociedade, tem sido importante para o debate de políticas públicas determinantes na agenda da infraestrutura, como a retomada do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. Segundo ele, o governo pode pensar em aprimorar este tipo de mecanismo para ampliar a interlocução com o setor produtivo.

“Podemos aprimorar, criar outros instrumentos de diálogo, para organizar as cadeias produtivas”, sugeriu.
Na economia, Edinho Silva considera prioritário dialogar sobre a revisão dos gastos tributários, estimados em R$ 870 bilhões anuais. Neste sentido, em agosto, o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães, protocolou um projeto que busca reduzir os incentivos fiscais de forma linear, que pode render R$ 20 bilhões aos cofres públicos no próximo ano. O texto está na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara.
“Há duas formas de distribuir renda no mundo. Primeiro, emprego; segundo, transferência de renda por impostos. Não há uma terceira. E eu acho que a forma mais saudável não é tributo. A forma mais saudável é emprego”, ilustrou.
Segurança pública
Ainda segundo o presidente do PT, a politização exacerbada dos debates sobre segurança pública é uma preocupação, já que o tema precisa ser abordado de forma racional.
Na visão de Edinho Silva, a sociedade precisa saber endereçar a questão de adolescentes em conflitos com a lei e também a reintegração social de pessoas que cumpriram pena por algum delito.
“A PEC da Segurança é politizada. Tenho receio do que vai sair. É uma oportunidade ímpar para criar uma política de segurança pública que seja perene, e não seja sazonal”.
