• 27.11.2023
  • Redação

Moradia e segurança nas cidades brasileiras

Na noite desta segunda-feira, 27, reunimos importantes nomes na seara da habitação para um diálogo sobre oportunidades de investimento e próximos passos do setor. Um deles foi o ministro Jader Filho, responsável pela pasta das Cidades, que falou sobre os números atingidos até agora pelo Ministério no terceiro mandato de Lula. Também participaram o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney. 

Mediando a conversa, o advogado Rodrigo Bicalho, especialista em Direito Imobiliário, aproveitou a ocasião para questionar o ministro sobre o andamento dos projetos. Jader Filho, por sua vez, elencou os seguintes:

Minha Casa, Minha Vida Retrofit. Neste caso, a intenção é reformar prédios abandonados para serem usados no programa de habitação. “Vamos avaliar prédios e terrenos públicos do governo federal, para ajudar as cidades a se recuperarem, para que possamos trazer o investidor”, explicou o ministro. 

Minha Casa, Minha Vida Rural. A modalidade subsidia a produção ou a melhoria de unidades habitacionais para agricultores familiares, trabalhadores rurais e famílias residentes em área rural. “Até o fim deste ano, pretendemos fazer a seleção do Minha Casa, Minha Vida Rural”, revelou. 

Minha Casa, Minha Vida Cidades. A iniciativa dispõe de contrapartidas da União ou de estados, municípios e do Distrito Federal para operações de financiamento habitacional com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para famílias com renda mensal de até R$ 8 mil. Jader Filho fez um apelo para que o mercado, representado pelos empresários presentes, respondesse ao chamado para a construção das unidades habitacionais. “Muitos de vocês são os motores da nossa economia. A gente precisa dos empresários para que o Minha Casa, Minha Vida possa atender às famílias da Faixa 1 [com renda bruta familiar mensal de até R$ 2.640). Elas querem realizar o sonho da casa própria. Convoco os senhores.”

O ministro das Cidades ainda destacou que há a meta de disponibilizar dois milhões de unidades habitacionais no atual governo Lula. “Em outubro, já ultrapassamos a meta [para o ano] e estávamos em 388 mil. Em novembro, subiu para 420 mil unidades habitacionais financiadas em 2023. Nossa expectativa é ultrapassar as 500 mil unidades só neste ano”, afirmou.

Jader ainda acenou para Isaac Sidney, representante do setor financeiro: “Fique tranquilo quanto aos recursos do FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço”. Segundo o ministro, o governo Lula vai incentivar financiamentos e fazer parcerias importantes para viabilizar mais recursos para financiar a casa própria. “Desde maio, começamos a fazer alterações importantes no financiamento do Minha Casa, Minha Vida. Aumentamos o valor da entrada, reduzimos a taxa de juros, que é a menor de todos os tempos em programas habitacionais, e ampliamos o valor do teto. Com isso, o mercado respondeu imediatamente.”

Bancos privados

Após a retomada, em julho deste ano, do Minha Casa, Minha Vida, foi retirada a exclusividade da Caixa Econômica Federal como financiadora do programa. Com a mudança, bancos privados, digitais e cooperativas de crédito passaram a operar. 

“Temos uma linha de crédito com saldo de R$ 1 trilhão, específico para a carteira de crédito imobiliários”, informou Isaac Sidney. “O maior saldo, de longe, é o da carteira de crédito imobiliário, que representa 10% do PIB [Produto Interno Bruto], a carteira de veículos representa 2,5%. O que demonstra que ela [carteira do imobiliário] tem um saldo e uma composição bastante relevantes”, acrescentou.

No entanto, o Brasil ocupa a penúltima posição de tamanho de crédito imobiliário quando comparado com outros 15 países. “Temos espaço para crescer e potencial. Com o setor público e privado juntos atuando para reduzir o custo de crédito imobiliário, a gente consegue ter uma capacidade maior de alavancagem”, avaliou Sidney.

Em São Paulo

Às vésperas das eleições municipais, Ricardo Nunes culpou a Justiça por alguns atrasos na questão urbanística paulistana. “Conseguimos avançar com os ministros do STF [Supremo Tribunal Federal]. O mercado imobiliário tem potencial de construção, e faltavam às vezes ações do ponto da legislação urbanística para atender à demanda”, explicou. 

Questionado sobre o centro da cidade, um dos pontos mais comentados por quem vive ou visita São Paulo, ele atenuou a situação e informou que votou a Lei do Retrofit, para agilizar a recuperação de prédios na região. Especificamente, trata-se do:

Programa Requalifica Centro. Projeto da Prefeitura que estabelece incentivos fiscais para estimular a revitalização de prédios antigos da região central.

Entre outras iniciativas em São Paulo mencionadas por Nunes, estão:

Pode Entrar. Desenvolvido para ampliar e facilitar o acesso ao sistema habitacional do município, cria mecanismos inovadores de incentivo à produção de empreendimentos habitacionais de interesse social.

Operação Delegada. Aumentou o valor pago aos policiais militares (PMs) que trabalham para a Prefeitura durante as folgas. Com a valorização, cresceu para 2.400 o número de PMs cadastrados. 

Smart Sampa. Projeto que, além de oferecer maior segurança à população, também permite integrar vários órgãos do serviço público para dar maior agilidade no atendimento ao cidadão. Começou, em agosto, com a instalação de 200 câmeras inteligentes de segurança, com tecnologia de biometria facial e integração de diversos serviços públicos, permitindo o monitoramento de ocorrências em tempo real.

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