Na terça-feira, 2, em um de nossos encontros desta semana, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, afirmou que tem como objetivo tornar o estado atrativo a investimentos. Diante de representantes da iniciativa privada, ela disse contar com a sociedade civil organizada, assim como com os governos, em especial o federal, para mudar a realidade do estado.
“Aliança com a iniciativa privada é de extrema importância para podermos alavancar investimentos, porque, hoje, o estado, com recurso próprio, tem zero capacidade de investimento. Estamos negativos no balanço e fizemos empréstimo”, explicou.
De acordo com informações levadas pela governadora ao evento, dos dez milhões de habitantes de Pernambuco, dois milhões não têm acesso à água e vivem em extrema vulnerabilidade. O estado também é campeão em desigualdade, com a região metropolitana mais miserável do País.
Com vistas a atrair investidores e novos negócios, seu governo trabalha em um pacote de justiça fiscal, “para fazer, do nosso estado, um estado mais amigável para quem quer empreender”. Além disso, já no início de seu mandato, viabilizou a reforma administrativa, a qual considera uma reorganização do governo para fazer as entregas necessárias.
Para Raquel, as áreas de turismo, logística e energias renováveis são as que representam maior potencial de crescimento para Pernambuco. “Somos uma terra de oportunidades. Se por um lado o Nordeste foi visto como um estorvo para o Brasil, temos a plena convicção de que podemos ser parte da solução do País”, destacou a governadora.
Na seara da logística, a pernambucana mencionou parcerias público-privadas (PPPs) e concessões como saídas para problemas atuais. Há possibilidade de investimentos da iniciativa privada em áreas de infraestrutura, como a construção do Arco Metropolitano, que pretende ligar toda a região metropolitana, garantir o escoamento da produção para o Porto de Suape e melhorar a mobilidade da população.
Quando se trata do Porto de Suape – ao qual a governadora deu bastante ênfase durante o encontro –, o governo tem planos. “Queremos ser ao menos o segundo melhor porto do Brasil, atrás só de Santos”, contou Raquel, que defendeu também a necessidade de conclusão da ferrovia Transnordestina, que poderia conectar o estado aos demais da região e ao próprio Porto de Suape.
Dentro do porto, encontra-se um laboratório para a produção de hidrogênio verde, e há interesse de outros países em saber como a questão vai avançar. Inclusive, a sustentabilidade também está entre as prioridades do governo pernambucano. “A geração de energia renovável já é realidade em grande parte do nosso espaço”, disse. “A gente sabe que, para o mundo, o que não estiver ligado à economia de carbono, geração de economia verde e bioeconomia não estará nos negócios. Precisamos estar conectados com isso, tenho plena consciência desse tema”, acrescentou.
Entre outras pautas, a governadora falou sobre representatividade feminina na política – já que, além de governadora, é também vice-presidente nacional do PSDB –, legado e violência política. “Sou mulher, sou nordestina e muitas vezes me colocam para gravar propaganda e fazer discurso. Sempre peço para que não apenas usem minha voz com sotaque para me apresentar como um ponto diferente do que ordinariamente está posto, mas sim para que isso vire incentivo verdadeiro e apoio financeiro para que mais mulheres possam disputar eleições.”