- Economia
- 12.10.2024
- Redação
Eficiência como motor para o Brasil
Ainda que a política fiscal expansionista do atual governo enseje ponderações de agentes financeiros, o Brasil tem experimentado uma realidade de crescimento, com aumento do Produto Interno Bruto (PIB), queda do desemprego e controle inflacionário. Respaldado por um arranjo institucional perene, o futuro deve ser encarado com confiança e resiliência.
A receita para o sucesso passa pelo pensamento estratégico que valorize investimentos em inovação e uma agenda de Estado que considere o País para além das ideologias político-partidárias. No segundo dia do II Fórum Esfera Internacional, atores políticos, institucionais e empresários refletiram sobre o que deve nortear a busca por um denominador comum e unir a sociedade.
“Diminuiu de maneira substantiva a temperatura política do Brasil. Agora, as pessoas concordam ou discordam, e tivemos uma elevação da civilidade, o que é muito importante”, definiu o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), em seu discurso de abertura.
Na direção certa
Entre os fatores que desestabilizam o cotidiano dos brasileiros está o avanço da insegurança, que se traduz anualmente em perdas de aproximadamente 4% do PIB para o setor privado.
Assim como o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, havia comentado no dia anterior, hoje o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, sinalizaram que a cooperação internacional é um mecanismo importante para combater crimes transnacionais.
O procurador nacional Antimáfia e Antiterrorismo da Itália, Giovanni Melillo, que esteve no mesmo painel, vê semelhança entre a realidade brasileira e o combate ao crime organizado em seu país, iniciado de maneira sistemática há três décadas. Segundo ele, após centenas de assassinatos orquestrados pelo poder paralelo, a resposta institucional veio por meio da coordenação entre poderes, atuação com foco regional e proteção de testemunhas e magistrados.
“Temos desafios em comum diante de nós. Organizações e democracia fazem parte dessa luta. As prisões mais importantes que fizemos foram feitas no Brasil. Chefes da máfia estavam em contato com organizações criminosas brasileiras”, lembrou.
Inovação
Uma vez endereçado o problema da criminalidade, o Brasil ganharia maiores perspectivas de parcerias internacionais ao direcionar esforços para melhorar o ambiente de inovação. De acordo com o presidente do Grupo NC, Carlos Sanchez, o trabalho realizado pelo Food and Drug Administration (FDA, agência reguladora ligada ao departamento de saúde dos EUA) é um dos bons exemplos a serem seguidos em termos de regulação.
“Não existe desenvolvimento de tecnologia no Brasil sem cientista. Nós temos que trazer os pesquisadores. A ciência precisa sair das universidades e ir para os produtos. É isso que vai dar competitividade”, acrescentou Sanchez durante painel que abordou, entre outros temas, como a indústria farmacêutica e o setor financeiro têm trabalhado para buscar soluções inovadoras que representem ganho de produtividade.
Na área econômica, tendo a tributação no destino e o fim da cumulatividade como premissas, a reforma tributária, que deve equiparar o regime de impostos do País ao que há de mais avançado no mundo, é encarada como um passo importante para a criação de novas oportunidades.
Para resultar em ganhos perenes, no entanto, o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, fez um alerta sobre a necessidade de toda a classe empresarial ser consciente de que o momento é de união. “Ceder é o preço que vamos pagar para ter no nosso ordenamento um sistema tributário que seja unificado e que tenha o mínimo de justiça tributária”, vaticinou.
Ao final, o sentimento que ficou ao longo dos dois dias de painéis foi definido pelo empresário Wesley Batista, acionista do Grupo J&F. Questionado pelo jornalista William Waack sobre as perspectivas para o futuro, ele respondeu de forma otimista e esperançosa ao dizer que “o Brasil está caminhando”: “A gente queria que caminhasse mais rápido, mas está caminhando”.
Instituto Esfera e ParlaMento
Durante o II Fórum Esfera Internacional, um novo capítulo da nossa história foi anunciado pelo presidente do Conselho de Administração, João Camargo, e pela CEO, Camila Funaro Camargo Dantas: em um futuro muito próximo, contaremos com dois novos braços, o ParlaMento e o Instituto Esfera. Criados com o objetivo de proporcionar maior interação da sociedade com o processo de elaboração de políticas públicas que reflitam em avanços, eles irão trabalhar de forma conjunta, dando maior profundidade às reflexões que o País merece. Saiba mais sobre a nova Esfera aqui.