Financiamento climático e mercado global de carbono estão entre os destaques do acordo que vai ser firmado entre os cerca de 200 países que participaram da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP26, em Glascow, na Escócia. O documento, que será finalizado nesta sexta, último dia da conferência, sugere 2022 como prazo para que sejam atingidas as metas de corte das emissões de gases poluentes, além de estabelecer revisão anual (e não mais a cada cinco anos) dos compromissos assumidos pelas nações para cumprir uma das metas do Acordo de Paris, de 2015: manter o aquecimento global abaixo de 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais.
Em pronunciamento oficial feito durante o evento, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, reconheceu que o Brasil é parte da solução ambiental e afirmou que o País vem trabalhando em prol da pauta climática. Leite citou o Programa Nacional de Crescimento Verde e reforçou o compromisso do país de reduzir a emissão de gases poluentes pela metade até 2020 e de zerar o desmatamento ilegal em sete anos. Em seu discurso, o ministro abordou, ainda, a importância de criar um mercado global de carbono e do financiamento, por parte dos países desenvolvidos, da transição energética das nações menos desenvolvidas.
No início de outubro – ou seja, alguns dias antes do início da COP26 – o Carbon Brief, site britânico que é referência em pesquisas científicas sobre energia limpa e mudanças climáticas, publicou um estudo que coloca o Brasil como o quarto país do mundo em emissão de gases poluentes desde a Revolução Industrial, em um período que vai de 1850 a 2021. Antes de nós, vêm Estados Unidos, China e Rússia. E aqui, assim como na Indonésia, o quinto lugar do ranking do Carbon Brief, a derrubada de florestas e a utilização do solo para agricultura e pecuária respondem pela maior parte das emissões de CO2.
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