Na quinta-feira, 16, a Esfera Brasil reuniu empresas e representantes do governo em um debate em torno da chegada da tecnologia 5G ao Brasil. A quinta geração da conexão sem fio já é uma realidade em alguns lugares do mundo e promete trazer inovações importantes para os negócios do país.
O leilão das faixas de frequência em que as operadoras poderão operar o 5G estava marcado para o início de outubro, mas foi adiado depois que Moisés Moreira, membro do Conselho da Agência Brasileira de Telecomunicações (Anatel), pediu vista para análise. O resultado, por ora, é, no máximo, um mês de atraso no processo.
O seminário teve a participação do ministro das Comunicações, Fábio Faria, que tranquilizou os presentes ao dizer que o adiamento não representa um impasse para a implantação do 5G no país. Ele prevê o certame, que considera a maior realização de sua gestão, para até 24 de outubro, visto que a Anatel prevê concluir a decisão até a semana que vem. Além disso, Faria garantiu que ao menos São Paulo terá a tecnologia até o Natal e que todas as localidades com mais de 600 habitantes desfrutarão da conexão num futuro próximo.
Além da entrevista do ministro, o evento teve três painéis sobre temas essenciais sobre o 5G. O primeiro deles, que abordou os impactos do 5G para o Brasil, contou com as vozes de Artur Coimbra, secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações; Fausto de Andrade, presidente do Banco do Brasil (BB); e Ailton Santos, CEO da Nokia para o Brasil. O foco foi a capacidade do 5G, muito superior ao 4G, que permite conectar máquinas sem intervenção humana – um grande avanço, especialmente para as indústrias. De acordo com Andrade, é do interesse do BB participar desse processo de inovação. “A instituição buscará apoiar empresas responsáveis pela infraestrutura necessária para instalação do 5G, como antenas e torres”, disse.
O painel seguinte teve como tema a rede privada nacional e a segurança, pontos que ainda causam muitas dúvidas acerca da quinta geração de conexão. Participaram Rodrigo Abreu, CEO da Oi; Wilson Cardoso, CTO da Nokia; e Luiz Tonisi, presidente da Qualcomm para a América Latina.
Eles destacaram que a nova tecnologia, por sua baixa latência e alta rastreabilidade, permite um ótimo monitoramento, mas o risco começa pela falta de cuidado dos usuários e o aumento do número de dispositivos – sem atualização de software – conectados. “Você atualizou o software do roteador da internet nos últimos dois anos? Quem não fez isso tem um espião em casa”, alertou Cardoso.
Por último, o painel com Rodrigo Bonato, diretor na John Deere; Rodrigo Junqueira, diretor-geral da AGCO; Antonio Chiarello, diretor de Agronegócios do Banco do Brasil; e Bruno Lucchi, diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) tratou do 5G no campo. Foram dois enfoques: a inclusão digital em locais remotos e a automatização do agronegócio, setor apontado pelo ministro das Comunicações como o principal beneficiado pela chegada do 5G ao Brasil. “Com 80% de conexão no campo, teremos um incremento de 9,6% no valor da produção agrícola do Brasil”, afirmou Lucchi.
O evento também contou com demonstrações da implantação do 5G na Indústria 4.0 em estande disponibilizado pela Nokia, que, ao lado de Qualcomm, V.Tal e Banco do Brasil, foi uma das patrocinadoras do debate. Para conferir os painéis na íntegra, clique na imagem abaixo.