Líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) afirmou que sua preocupação central para as eleições da Casa Alta em 2026 não é montar uma maioria governista, mas garantir “54 democratas comprometidos com o funcionamento das instituições”. As falas ocorreram durante almoço na Casa ParlaMento, nesta quarta-feira, 22.
“O oxigênio da democracia são as nossas diferenças. A doença da democracia é quando a gente não sabe tratar das nossas diferenças”, declarou.
O senador ponderou que o cenário é incerto para a sucessão presidencial para o próximo ano e confirmou que a tendência do Planalto é manter a chapa como está, preservando a posição de Geraldo Alckmin na vice-presidência, se assim ele desejar. “Em time que está ganhando não se mexe. Chapa foi vitoriosa, Alckmin cumpriu papel importante”, disse.

Orçamento 2026
Wagner avaliou que o governo conquistou vitórias relevantes no Legislativo, apesar da derrota da Medida Provisória que tributava títulos isentos. Questionado sobre as perspectivas da peça orçamentária do próximo ano, o líder garantiu que o clima está melhor que o ano passado, quando a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) se transformou em disputa entre Executivo e Legislativo.
No entanto, assumiu que ainda há pontas soltas quanto ao fechamento dos cálculos do próximo ano, que dependerão da aprovação de projetos que impõem redução gradual de benefícios tributários e que aumentam a tributação sobre empresas de apostas de quota fixa.
“Redução de despesa tem muita chance de caminhar. O outro, como trata de imposto, sempre vai ter a briga dentro do Congresso”, observou.
Legislação eleitoral
O senador defendeu a redução do número de deputados e vê um mandato do Executivo de cinco anos sem reeleição como possibilidade de alívio institucional e fiscal. Avaliou que a política se tornou excessivamente pragmática desde a imposição das emendas parlamentares e do financiamento público de campanhas.
No entanto, o senador reconhece que o modelo tem produzido desgaste, baixa renovação parlamentar e incentivo à blindagem de quem já ocupa mandato. “Há um movimento crescente dentro do Congresso pelo retorno do financiamento privado”, acrescentou.