
- Economia
- jun | 2025
- Redação
Dr. Luizinho alerta para desgaste institucional e responsabilidade fiscal
O deputado federal Dr. Luizinho sinalizou desgaste na relação entre o Legislativo e o Palácio do Planalto. Durante almoço realizado na Casa ParlaMento, na terça-feira, 17, o parlamentar, que tem forte atuação na articulação de centro-direita, disse que o Congresso não pode continuar arcando sozinho com o ônus político de medidas impopulares.
“O governo está querendo, através dos jornais, impor a narrativa de que o Congresso é o órgão do desperdício, que está preocupado com emendas, que não tem responsabilidade fiscal, quando todas as medidas de gastos foram geradas pelo próprio governo. Da nossa parte tem responsabilidade. Se for necessário derrubar o decreto do IOF, nós vamos derrubar”, declarou.
“A gente está vendo a situação fiscal do País degradar. Nos causa muita preocupação. O Parlamento foi parceiro do governo por dois anos, e aprovamos muitas medidas duras”, afirmou. Entre os exemplos, citou a aprovação de mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC), o voto de desempate no Carf, entre outros projetos de reajustes fiscais.

Questionado sobre o status atual da relação do Legislativo com o Executivo, o parlamentar declara desgaste e dificuldade de consenso. Segundo Luizinho, os movimentos das últimas semanas quebraram a lógica que vinha pautando a relação entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e os líderes da Câmara e do Senado.
O deputado utilizou o exemplo do decreto que aumentou a alíquota do IOF, que causou “espécie” ao Colégio de Líderes. Segundo o deputado, ao contrário de medidas anteriores enviadas por Haddad – sempre precedidas de diálogo com o Legislativo –, a decisão sobre o IOF pegou congressistas de surpresa. “O ministro Haddad, nestes dois anos, a cada medida que ele enviou ao Congresso, ele conversou conosco, enviou um esboço para a gente”, ponderou.
Ainda, o líder criticou a medida ter sido enviada apenas uma semana após a aprovação de reajuste salarial de servidores públicos na ordem de despesa de R$ 17,5 bilhões. “Uma semana depois, [o governo] mandou um decreto de aumento de IOF com impacto de cerca de R$ 20 bilhões. E assim a gente está vendo inúmeras medidas.”
Centro-direita em 2026
Sobre o tabuleiro de 2026, Dr. Luizinho, que é do PP, foi direto: “Sendo [a Federção União Progressista] a maior federação do País, obviamente a gente tem sonho com candidaturas. O mínimo que qualquer candidato a presidente pode esperar é ter um vice-presidente da nossa federação. Isso é uma questão básica”.
Ele também comentou a estratégia de Jair Bolsonaro na estruturação de uma chapa viável de centro-direita. “A gente vê um quadro polarizado. Obviamente, ainda tem uma força muito grande do presidente Bolsonaro. Ele hoje trouxe para si e impede a colocação clara de um candidato de centro-direita. A realidade é essa. O presidente Bolsonaro impede que a centro-direita coloque um quadro.”
O senador Ciro Nogueira, também presente no encontro, resumiu: “Acho que não é o momento ainda de discutir candidaturas, seja presidente ou vice-presidente, mas sim de [discutir] um projeto para o País”.
