Para o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas (PP), o governo federal não vai conseguir reverter o atual quadro de baixa popularidade sem encarar de frente a pauta econômica. O assunto foi um dos temas centrais durante encontro com nossos associados realizado em São Paulo na noite de segunda-feira, 7.
“Desde o início da atual gestão desse governo, não teve uma medida de corte de gastos, de gestão, de eficiência. Só excessos e aumento da arrecadação”, ponderou. “Nós temos um problema sério esse ano, nessa questão da regulamentação da reforma tributária, que foi um avanço no que diz respeito à simplificação, mas não no que diz respeito ao tamanho da carga tributária, que era o ideal para o País.”

Nogueira reiterou sua visão sobre a atual gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, e classificou como um “erro” o retorno do presidente para o terceiro mandato. Para ele, o líder do Executivo é “um homem analógico no período digital”. “O excesso de exposição do Lula está destruindo muito a sua imagem. Então se ele não for candidato, não tem alternativa, vai ser uma disputa apenas pelo espólio político dele”, analisou.
O presidente do PP foi taxativo ao afirmar que caso Jair Bolsonaro não seja candidato em 2026 e decida apoiar o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, “não tem mais eleição”. “Tarcísio ganha até no Nordeste. Não tenho dúvida de que o Lula não tem coragem de disputar com ele. E ele não vai encerrar um legado de vitórias com uma derrota que será lembrada pelo resto da vida.”
O senador garantiu que não deseja transformar sua oposição ao governo em uma “oposição ao Brasil”, e que tem procurado encarar o Congresso Nacional como um tipo de contenção para os erros na maneira como o Executivo enxerga o País. “Eles pensam que quem gera riqueza é o governo, com mais gastos, mais despesas, e isso não deu certo em nenhum país do mundo. Não existe nenhum exemplo de sucesso econômico no mundo com essa visão”, avaliou.
Guerra tarifária
Nogueira replicou uma fala do presidente da Câmara, Hugo Motta, que comparou as tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos ao atentado de 11 de setembro de 2001 às Torres Gêmeas – afirmando que ambos representam um marco para a mudança de parâmetro e comportamento entre países. “O mundo não vai ser mais o mesmo depois dessa guerra tarifária, mas podemos aproveitar esse momento que o mundo está atravessando. Porém, se nós estivermos colocando as questões ideológicas acima dos interesses da nação, isso não vai dar certo”, disse.
