As valiosas opiniões do cacique Kassab

Em nosso encontro com empresários nesta terça-feira, 19, Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD e secretário de Governo e Relações Institucionais de São Paulo, voltou sua fala principal ao governador Tarcísio de Freitas, a quem rasgou elogios. Kassab, que tem em seu currículo posições como prefeito de São Paulo e ministro de Estado, afirmou com veemência que “Tarcísio vai se eleger [presidente do Brasil] em 2030”. “E eu não vejo adversário”, acrescentou.

Líder do partido que mais fez prefeitos em 2024, Kassab é um notório cacique da política brasileira. Por seu conhecimento, recebeu perguntas sobre possíveis candidatos diante do cenário ainda nebuloso que se desenha para 2026. Na opinião dele, Tarcísio pode, mas não deve se lançar candidato à Presidência ainda — mesmo diante das incertezas de Lula.

“Ele tem uma pedrinha no caminho chamada ‘Bolsonaro’. Bolsonaro já avisou, nas entrevistas que ele dá, que é candidato de qualquer jeito e que o problema do Tarcísio é São Paulo”, disse. “Tarcísio, para ser candidato, precisa renunciar daqui a um ano. Como ele vai anunciar que vai renunciar com essa postura do Bolsonaro?”, complementou com uma pergunta.

Ainda sobre 2026, Kassab afirmou que, caso Lula e Tarcísio sejam os nomes do pleito, é possível que o PSD não apoie nenhum dos dois e lance um terceiro candidato. “O objetivo do PSD sempre será ter candidato próprio.”

Sucessão no Congresso

O presidente do PSD não vê Lula desgastado no Congresso, pelo contrário: acredita que a escolha de Hugo Motta como principal candidato à sucessão de Arthur Lira na presidência da Câmara só aconteceu porque houve o apoio de Lula.

“Quem está fazendo o Hugo Motta é o Lula. Porque, se Lula apoiasse Elmar [Nascimento], Elmar estaria eleito. Se Lula apoiasse Antonio Brito, Antonio Brito estaria eleito. Então Hugo Motta, com certeza, não vai criar nenhum problema para Lula”, avaliou. Quanto à sucessão no Senado, que tem Davi Alcolumbre como principal nome, Kassab acredita que também há a interferência de Lula, mesmo que, nesse caso, a estratégia tenha sido não fortalecer qualquer alternativa a Alcolumbre.

Na opinião de Kassab, Lula ainda tem força e pode ser reeleito em 2026 — mas isso dependeria de ajustes na economia. “Lula vai ter que definir agora qual é a dele, qual é o caminho dele. É o populismo, é o gasto, ou ele vai querer um país com equilíbrio fiscal e vai se dirigir mais ao centro?”, indagou. “E se ele fizer um pacote razoável — eu torço para que faça —, sinalizando para o equilíbrio fiscal, eu acredito que ele não vai ter problemas no Congresso.”

Segundo declaração dada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na segunda-feira, 18, o tão aguardado pacote de cortes de gastos do governo está definido, mas seu anúncio ainda depende de retorno do Ministério da Defesa. Especialistas estimam que o pacote pode chegar a um valor entre R$ 30 bilhões e R$ 50 bilhões nos orçamentos de 2025 e 2026.

Governador?

Quando questionado se tentaria ser governador de São Paulo, cadeira hoje ocupada por Tarcísio, Kassab respondeu que acha ter preparo para o cargo. “Eu gostaria, sim, de ter essa oportunidade, seria o coroamento de uma carreira. Mas é uma vontade

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