Meta mantida: Brasil deve ter 35 leilões de rodovias até 2026

Recebemos, em Brasília, o ministro dos Transportes, Renan Filho, em um jantar realizado na noite desta terça-feira, 2. No momento em que cresce a preocupação dos agentes econômicos sobre as decisões envolvendo as contas públicas e a condução da política fiscal, ele demonstrou otimismo para alcançar a meta de 35 novos leilões para concessões de rodovias até 2026. 

“Com juro em queda e inflação controlada, nós temos investimento privado em alta. O investimento público a gente já elevou. Essa discussão se o governo deve gastar mais ou menos é inócua. Do ponto de vista do investimento, nós fazemos bem mais do que o governo anterior”, destacou.

Segundo Renan Filho, o País reúne todas as condições necessárias para atrair investimentos estrangeiros, e o próximo passo é incluir grandes fundos de investimentos nacionais e internacionais para o financiamento dos projetos de infraestrutura que dependem de um volume maior de recursos.

Foto: Jefferson D. Modesto

Capital privado como protagonista

Para o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, o Brasil deve caminhar para um modelo de investimento em que o capital privado, nacional ou estrangeiro, exerça um protagonismo no volume de investimentos sem abrir mão da atuação do poder público no planejamento e na coordenação das políticas públicas.

Sidney acredita que a carga tributária atual está muito elevada, o que pode dificultar a atração de investimentos, mas também não vê sentido no atual patamar de gastos tributários mantido pelo governo. 

“Não é possível que a gente continue com um patamar de incentivos fiscais da ordem de 6% do PIB, isso não é só uma anomalia, isso é desarrazoado, isso beira o absurdo, nós temos que enfrentar essa agenda. O setor privado cobra do governo com razão o equilíbrio das contas públicas. É importante que o setor privado também faça uma autocrítica e comece a entender esse grau elevado de desoneração”, apontou.

Marco Legal das Garantias

A expansão do mercado de crédito a partir do Marco Legal das Garantias, aprovado há seis meses, e que, entre outros aspectos, permite que um mesmo bem possa ser usado como garantia em mais de um pedido de empréstimo, foi pauta de uma conversa entre o presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Tadeu Silva, e o secretário secretário nacional de Trânsito, Adrualdo de Lima Catão.

“É uma lei benéfica para a economia e para o aumento do volume de crédito. O que falta é os Detrans e os cartórios estarem nessa agenda para podermos fazer os testes. Nós temos um processo que já funciona há muito tempo e mesmo com as imperfeições, as áreas de recuperação dos bancos e financeiras já estão acostumadas, ainda que sejam ineficientes. Quanto antes a gente mostrar que a nova regulamentação é mais efetiva, a gente vai poder colher os frutos dessa lei”, afirmou Silva.

Foto: Jefferson D. Modesto
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